9 de julho de 2018

A mudança deve começar em mim, para se estender no outro | Por Joelma Martins

Toda mudança requer de nós algum tipo de renúncia, como a própria palavra nos diz: mudar – significa alterar, transformar, transmutar, troca, conversão etc. quando algo precisa ser transformado em nós. Entramos no campo do medo, da insegurança ou da indecisão. Será que vai dar certo? Será que alguém vai gosta? Será...será...? Quando nos detemos nesse impasse é aí que precisamos do outro, de alguém que nos direcione, que encoraje ou que nos apoie. Porém a palavra final deverá ser a nossa. 


O ser humano é um ser dependente por natureza. Analisemos juntos como dependemos uns dos outros e como isso é importante para sabermos que apesar de tudo somos irmãos. O pão que nos alimenta todas as manhãs foi alguém quem preparou, para irmos ao nosso trabalho ou a faculdade precisamos do motorista que nos conduza, estamos a todo momento precisando uns dos outros. 

Devemos vê no irmão uma grande possibilidade de mudança e recomeço. O problema começa a surgir quando as diferenças que encontramos em alguém que não pensa igual a mim, que não aprecia o meu estilo de vestir, de falar, andar... que não gosta do meu ídolo sertanejo, roqueiro ou funk.  Este alguém não serve pra mim, não combina comigo! Ele é chato! Ele é...! Saiba amigo (a) o outro não pode mudar para me agradar, porque eu quero... porque eu preciso que ele(a) melhore.... para eu ficar bem!!! Quem precisa mudar sou eu mesmo, viu meu caro!

O outro é único, é humano, tem suas fraquezas, desejos, limitações, assim como eu e você que precisa ser respeitado, acolhido e entendido. O Pe. Chrystian Shankar em uma de suas pregações nos diz que cada um de nós temos uma mala e que quando decidimos nos unir a alguém devemos prestar bastante atenção, pois a outra pessoa também tem a sua própria mala também e cada um deve conhecer aquilo que o outro leva dentro de sua mala para que, não ocorra que eu tenha que desprezar a minha mala por causa do outro. A partir do momento que juntarmos nossas malas, uma só deverá ficar e qual será que ficará a minha ou a do outro? Na minha levarei, minha família, pais e irmãos, minhas alegrias, fé, minhas tristezas, meu passado, meus sonhos e desejos. Na mala do outro também terá isso tudo e muito mais. É aí onde irá começar dentro de mim o processo de mudança para agradar o outro, o que devo deixar, ou acrescentar para que o outro encontre em mim alegria, esperança e paz, se faz necessário que em mim eu tenha a certeza de que meu papel é fazer o outro feliz, é levá-lo Deus e vice-versa.

É nisso que consiste a missão de todos aqueles que veem em Cristo um modelo, que reconhece Nele o Salvador da humanidade. Quando a Palavra Dele é anunciada, não é direcionada apenas a mim, mas a todos. Como ele mesmo nos diz: “Aqueles que tem ouvidos que ouçam”. Sejamos então agradáveis uns aos outros, como nos ensinou o Senhor, sem contudo, renegarmos nossa essência humana e divina, sem termos que renunciar aquilo que temos para agradar o outro, porque o outro também deverá observar aquilo que poderá renunciar para agradar a você, devemos estar abertos às mudanças. Paulo em uma de suas cartas aos Romanos 15,1 fala: “Nós que somos fortes, sejamos fracos diante dos fracos, devemos suportar as fraquezas dos que são fracos e não agir ao nosso modo”. Muitas vezes a nossa fraqueza está em não querer mudar a nós mesmos, por medo ou egoísmo.  A mudança deve começar por mim, para que o outro encontre em mim uma possibilidade de escolha.  “Cada um de vós procure contentar o próximo, para seu bem  e sua edificação”, nos diz o apóstolo Paulo. (Rm. 15,2). 


Pensemos nisso e vivamos em paz. 

Um abraço! 




| Joelma Martins é Licenciada em Letras Português (UNIT) e Bacharel em Biblioteconomia e Documentação (UFS). Pós-Graduada em Didática do Ensino Superior e Gestão Educacional. Escritora, Cordelista, Bibliotecária do Gabinete de Leitura de Maruim e imortal na Acadêmica Maruinense de Letras e Artes, ocupa a cadeira Nº 8, cujo a patrona é Josilda de Mello Dantas. |

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