4 de setembro de 2018

Fósseis encontrados em Maruim estão entre os materiais destruídos em incêndio no Museu Nacional

Diversos fósseis e exemplares de Tropiduros Higones (lagartos), encontrados em Maruim, (SE) no século XIX, estão entre os materiais do Museu Nacional, e podem ter sido destruídos pelo fogo que tomou o antigo palácio da família real, no último domingo (2).


Um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio. O fogo começou por volta das 19h30 do domingo (2) e foi controlado no fim da madrugada desta segunda-feira (3). Mas pequenos focos de fogo seguiam queimando partes das instalações da instituição que completou 200 anos em 2018 e já foi residência de um rei e dois imperadores.

De acordo com a historiadora maruinense, Maria Lúcia Marques Cruz e Silva, a cidade de Maruim e Santo Amaro das Brotas, foram no passado refúgio ecológico de lagartos, animais imprescindível para o equilíbrio ambiental.

"No final da década de 1970, o cientista Dr. Paulo Emídio Vanzoline veio a Sergipe, coordenar uma pesquisa ecológica, da qual eu era bolsista do MEC como aluna do curso de Biologia da Universidade Federal de Sergipe, (UFS). Na época, Dr. Paulo afirmou que existiam exemplares de Tropiduros Higones (lagartos) e fósseis diversos no Museu Nacional que foram coletados pelo naturalista Alemão, Robert Avé-Lallemat, quando visitou Maruim e a região em 1859", conta a historiadora.

O médico e naturalista alemão, Robert Avé-Lallemat, visitou Maruim à convite da família alemã Schramm, detentora das firmas Schramm & Cia, exportadora de açúcar e máquinas. Robert fez relatos incríveis sobre a flora, a fauna e a hospitalidade do povo maruinense. 

Ainda de acordo com a  historiadora, a diferença da natureza dos trópicos são relatados por Adolphine Scharamm através de correspondência para à família na Alemanha. A madame alemã, reclama do ambiente natural e descreve o incômodo com a presença de répteis andando sobre a cama em sua casa, que ficava próximo à Igreja Nossa Senhora da Boa Hora. 

"Estou muito triste e sentida com esse fatídico incêndio que apagou literalmente preciosas páginas da História do Brasil e de Sergipe", lamenta Lúcia Marques. 


*Por Lohan Muller, jornalista 2391 DRT/SE 

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