Sergipe é um dos estados de maior prevalência da
esquistossomose, informa o Núcleo de Endemias da Vigilância Epidemiológica da
Secretaria de Estado da Saúde (SES) e, de acordo com dados do Ministério da
Saúde (MS), está entre as áreas endêmicas e focais que abrangem 19 Unidades
Federadas, como um dos locais mais afetados pela doença. Atualmente, 51
municípios apresentam casos constantes, oscilando entre os níveis baixo, médio
e alto, mas sempre prevalentes.
Para combater o problema é necessário que as gestões municipais
realizem o inquérito com as pessoas, a busca ativa aliada a ações educativas, e
não apenas esperar que o paciente procure a unidade de saúde. A doença é
silenciosa e, quando alguém procura atendimento com os sintomas, é porque a
doença já está em estado avançado.
“É importante ir a campo para trazer esse paciente que está
contaminado, mas que não está sentindo sintoma nenhum. Cada município precisa
fazer esse trabalho de busca ativa além da parte educativa de orientação à
população, intensificando mesmo, em termos de campanha, modificando, se
possível, a estrutura de trabalho dos agentes, para que eles possam fazer esse
trabalho de modo que tenhamos uma realidade maior e possa, também, ajudar no
que for preciso”, explica a gerente do Núcleo de Endemias da Vigilância
Epidemiológica do Estado, Sidney Lourdes Cesar Souza Sá.
Sidney salienta, ainda, que existem medicamentos para o
tratamento da esquistossomose ofertados pelo governo federal, repassados para o
estado e disponibilizados para os municípios. “A gestão municipal, então, já
não vai ter esse gasto de comprar medicamento. O medicamento está ai, só
precisamos saber onde está o paciente doente. Mas é importante ressaltar que
não adianta somente tratar o paciente é importante que as ações educativas
ocorram”, completa a Sidney.
Esquistossomose, o que é?
No Brasil, a esquistossomose é conhecida popularmente como
“xistose”, “barriga d’água” e “doença dos caramujos”. O agente etiológico da
esquistossomose é o parasita Schistosoma mansoni que, na fase adulta, vive nos
vasos sanguíneos do intestino e fígado do hospedeiro definitivo.
Hospedeiros
Há dois tipos de hospedeiros envolvidos no ciclo da doença,
um definitivo e outro intermediário. O ser humano é o principal hospedeiro
definitivo e, nele, o parasita apresenta a forma adulta e a reprodução é
sexuada. Os ovos são eliminados por meio das fezes no ambiente, ocasionando a
contaminação de córregos, riachos, lagoas, valetas de irrigação, açudes e
outros.
Já os hospedeiros intermediários são os caramujos, por
exemplo, que possibilitam a reprodução assexuada do verme parasitário.
Transmissão
O Indivíduo infectado elimina os ovos do verme por meio das
fezes humanas. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam larvas que
infectam os caramujos, hospedeiros intermediários que vivem nas águas doces.
Após quatro semanas, as larvas abandonam o caramujo na forma de cercarias e
ficam livres nas águas naturais. O ser humano adquire a doença pelo contato com
essas águas.
Sintomas
Na fase aguda, o paciente pode apresentar febre, dor na
cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse e
diarreia. Em alguns casos, o fígado e o baço podem inflamar e aumentar de
tamanho. Na forma crônica, a diarreia se torna mais constante, alternando-se
com prisão de ventre, e pode aparecer sangue nas fezes. Além disso, o paciente
pode sentir tonturas, dor na cabeça, sensação de plenitude gástrica, prurido
anal, palpitações, impotência, emagrecimento e endurecimento do fígado, com
aumento do seu volume. Nos casos mais graves, da fase crônica, o estado geral
do paciente piora bastante, com emagrecimento, fraqueza acentuada e aumento do
volume do abdômen, conhecido popularmente como “barriga d’água”.
Prevenção
A prevenção consiste em evitar o contato com águas onde
existam os caramujos hospedeiros intermediários infectados. Ainda não há vacina
contra a esquistossomose.
Tratamento
O tratamento para os casos simples é domiciliar. Os casos
graves geralmente requerem internação hospitalar e tratamento cirúrgico.
Fonte: SES
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