28 de maio de 2018

Individualismo não é a resposta para o momento | Por Joelma Martins

Individualismo - o dicionário Aurélio nos aponta como: sentimento de conduta egocêntrica. Ou em outro conceito é apresentado como forma de ideologia ou visão social que enfatiza o valor moral do indivíduo - conceito político, moral e social que exprime a afirmação de liberdade. Nos encaminha a liberdade de escolhas, associadas a ideologias, visões de mundo e experiências nas quais o indivíduo está inserido.


A frase repetida por alguém em algum lugar diz: “o indivíduo não é um, mas muitos” se faz bastante pertinente para o contexto no qual estamos a viver em nosso país. A partir do momento que o indivíduo reconhece seu poder e sua força, será capaz de transformar o mundo seja ele quem for, desde o simples analfabeto ao mais elevado nível de intelectualidade. O individualismo apresentado por Marx dá ao indivíduo a liberdade de fazer o que lhe aprouver, diferente da sociedade coletiva onde ele deve fazer o que a tribo determinar. Porém esse individualismo não limita o homem a pensar apenas em si, pois esse pensamento resultaria em egoísmo. O individualismo defendido trata-se daquele em que o indivíduo é o ser mais importante para sociedade, onde seus direitos devam ser respeitados, sua dignidade de pessoa humana seja compreendida e o seu lugar na sociedade seja preservado.

A palavra de Deus nos inspira e reforça amá-lo sobre todas e ao próximo como a nós mesmos, quem seria o próximo de nós? É outro que também é imagem e semelhança do Criador, fazendo-nos acreditarmos que se trata também de uma lei individualista, pois seria observado o aspecto de se amar vendo a imagem de um Deus todo poderoso que nos ver como únicos. O indivíduo deve estar acima de tudo. Se, no entanto, enxergamos no outro um indivíduo igual a mim, com os mesmos sonhos, ideais e fraquezas, devemos também compartilhar de sua dor e darmos as mãos quando nossos direitos são roubados.

Essa é a hora, o momento é esse. A escolha que fizermos agora irão fazer um grande diferencial naquilo que queremos para nós, nossos filhos e netos, o individualismo apresentado por Popper nos levar a enxergar no outro, nós mesmos. Se hoje é a casa do vizinho que está sendo invadida e saqueada, amanhã poderá ser a minha.

De acordo com Platão: “somos nós quem devemos decidir o que bom ou ruim para nossa vida”, ele diz que temos o direito de sermos felizes e proporcionar no outro a felicidade respeitando seus direitos e deveres. E acima de tudo lutar para a justiça seja feita e opressão aos mais fracos seja extirpada da terra, pois se somos imagem do Deus da Vida temos a obrigação de fazer a paz acontecer. 

Se através de nossas atitudes individuais conseguirmos formar um ato coletivo, estaremos então preparados para as grandes mudanças, mas se pensamos apenas em nossas vontades e desejos e estocando os nossos bens, estamos de certa forma agindo semelhante ao homem que estocou alimento em seu celeiro, quando de repente caiu sobre a si a morte e ele não teve oportunidade de usufruir ou deixar para alguém e tudo que era seu ficou para quem... Talvez alguém que nem ele tenha conhecido. 

Se somos irmãos e estamos num mesmo rebanho devemos sim nos preocupar uns com os outros, são atitudes fraternas e amor incondicional com as quais o Senhor nos pediu que fizéssemos. Lutarmos como irmãos é o nosso dever cristão e humano, fazer com que a voz do oprimido seja ouvida é responsabilidade minha e sua, desejar um país melhor, afastar políticos corruptos do nosso meio é a nossa meta e acreditar que existam pessoas honestas é o nosso dever de cidadão.

Se o coletivismo traz uma ação benéfica entre as pessoas, a cooperação transforma nossas ações em atos concretos e humanos, nos faz renunciar a um individualismo egoísta e opressor. Muitos gritos ecoam por aí clamando por justiça social, igualdade para todos e uma sociedade que respeite o indivíduo como um ser único e ativo.

Precisamos tomar uma atitude! Não podemos deixar que calem nossa voz ou deixem inertes! 

Hoje, todos nós, somos caminhoneiros! 



| Joelma Martins é Licenciada em Letras Português (UNIT) e Bacharel em Biblioteconomia e Documentação (UFS). Pós-Graduada em Didática do Ensino Superior e Gestão Educacional. Escritora, Cordelista, Bibliotecária do Gabinete de Leitura de Maruim e imortal na Acadêmica Maruinense de Letras e Artes, ocupa a cadeira Nº 8, cujo a patrona é Josilda de Mello Dantas. 



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