Enquanto o governo federal tenta negociar o fim da paralisação dos caminhoneiros, que chega a seu sétimo dia, os petroleiros anunciaram que também entrarão em greve nacional a partir da próxima quarta-feira, 30 de maio, com duração de 72 horas.
A mobilização, que foi chamada de "greve de advertência", é liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados, que apresentaram uma série de demandas. Uma das principais é a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis.
Os petroleiros reivindicam também o fim das importações de derivados de petróleo, a manutenção dos empregos e a saída imediata do atual presidente da Petrobras, Pedro Parente, que, segundo a FUP, "mergulhou o país numa crise sem precedentes".
A categoria ainda protestou contra a possível proposta de privatização da estatal petrolífera e contra a presença das Forças Armadas nas refinarias, que descreveu como "grave ataque ao Estado Democrático de Direito".
O reajuste salarial dos trabalhadores da categoria, no entanto, não é uma das demandas da paralisação, uma vez que a data-base do setor é em setembro.
Em comunicado, a FUP afirma que "a greve de advertência é mais uma etapa das mobilizações que os petroleiros vêm fazendo na construção de uma greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria".
Segundo a federação, o setor de petroleiros já havia decidido entrar em greve em abril deste ano, mas uma data faltava ser definida. Segundo a nova decisão, a paralisação terá início à meia-noite de quarta-feira e se estenderá até as 23h59 de sexta, 1º de junho.
Além disso, a FUP informou que, neste domingo, os petroleiros pretendem atrasar as trocas de turno em quatro refinarias e fábricas de fertilizantes que estão em processo de venda: Rlam (BA), Abreu e Lima (PE), Repar (PR), Refap (RS), Araucária Nitrogenados (PR) e Fafen Bahia.
Na segunda-feira, a federação e seus sindicatos realizarão um Dia Nacional de Luta, com atos públicos e mobilizações na Petrobras. A estatal ainda não se pronunciou sobre as manifestações e a paralisação.
Em seu comunicado, a FUP também menciona a greve dos caminhoneiros em todo o país – impulsionada pelos sucessivos reajustes no preço do diesel – e critica o presidente Michel Temer, bem como a gestão do presidente da Petrobras.
"A atual política de reajuste dos derivados do petróleo, que fez os preços dos combustíveis dispararem, é reflexo direto do maior desmonte da história da Petrobras. Os culpados pelo caos são Pedro Parente e Michel Temer", denuncia a federação.
*Com informações da Carta Capital
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