Parque Otto Schramm: do apogeu ao abandono | Por Lohan Muller

Por trás dos muros que guarda um dos lugares que testemunharam a chegada do progresso em Maruim (SE), quase nada de uma época gloriosa pode ser vista. Entre a força da natureza, que ainda resiste nas inúmeras árvores ou nas terras de chão batido que sustentaram no passado o solar que pertenceu ao Cônsul Otto Schramm e a madame Adophinne Schramm, sob a vista de um Céu único e de um Rio que já nasceu grande e nos fez Universal, é de onde encontramos força para resistir aos descasos com a história de um monumento que poderia ser um dos principais cartões-postais da cidade.

Nos caminhos da reserva verde, no coração de Maruim, o Parque Otto Schramm é o retrato de um abandono sem tamanho. Em algumas pequenas trilhas, as folhas verdes que nascem, se misturam com a folhas secas que caem das árvores. É a mutação natureza! Mas o contraste desta natureza virgem que ultrapassa o tempo, está na falta de zelo e respeito por parte dos Poderes Públicos. 

O refúgio que abrigou alemães em todos os momentos importantes para o desenvolvimento de Maruim, hoje resume-se num ambiente pouco atrativo. 

Sob a sombra das mangueiras centenárias, um mini parque enferrujado é a única opção para as crianças que chegam acompanhadas dos pais para o lazer. A quadra esportiva, que recebe atletas e encontros de movimentos sociais está em um estado deplorável. As telas de proteção e os alambrados estão corroídos pelo tempo, e apresentam grandes riscos aos visitantes. O parque que até parece ser um imóvel particular, oferece apenas um bar/restaurante/casa. No local, existe outros quiosques, mas seguem fechados, tornando o espaço mais ainda seletivo. 

Paralelo a isso, a transformação de parte do parque em um balneário público continua trazendo prejuízo à sociedade e ao meio ambiente. Isso porque, a obra que se arrasta há anos está abandonada e têm colocado em risco à saúde de quem o visita ou mora perto. As futuras piscinas acumulam águas das chuvas, lixos, e até materiais de construção que pode ser visto por todo lado, uma junção perfeita para proliferação dos vírus da zika e dengue. 

Distantes das largas e claras salas muradas de espelhos, das mesas jacarandá e das toalhas de linho holandês entre os cristais mais finos e prata reluzente. O que reluz hoje é a tristeza com a inércia dos representantes públicos que, tripudiam em cima da rica história de Maruim, enquanto, nós maruinenses, seguimos em coma profundo. 

Acordem!
Lutem por sua terra. Valorizem sua história e ame-a com toda força, antes que seja tarde demais.

Até a próxima!

| Lohan Muller é acadêmico em Comunicação Social - Jornalismo. Repórter, Apresentador, Mestre de Cerimônias, que há 5 anos escreve para o Blog Maruim em Pauta informações do cotidiano, denúncias e curiosidades da cidade que tanto colaborou para o desenvolvimento de Sergipe.|

Lohan Muller (Foto: Arquivo pessoal)

Fotos: Acervo Lohan Muller