Bom dia, leitores! Ótima terça-feira! Mais uma vez, na busca contínua de temas para ofertar textos cada vez melhores, fui levado a especular/discorrer sobre as faces que as coisas têm e como estas servem para sustentar uma imagem, ideia, crença, posicionamento ou doutrina. Também, quero defender a ideia de que devemos procurar entender o que está exposto e aquilo que se é idealizado, crido ou posicionado, para que nada nos passe ou desça garganta a baixo, sem os prévios e devidos conhecimentos.
Ilusionista Sem Rosto | Reprodução, Fandom |
Desde que nos conhecemos como seres pensantes (cogito
ergo sum1), que temos alguma noção de que
imagens/símbolos/figuras, servem como representação duma ideia, algo bem
exemplificado por meio dos logótipos presentes nas embalagens dos produtos, por
intermédio de comercias televisivos que os difundem e até mesmo em nossa
própria cidade. As diversas empresas, assim como algumas gestões, em suas lutas
diárias para defender o consumo, e no caso das gestões, o sue rosto, fazem uso
de figuras ou nomenclaturas, para transmitir confiança, ou quem sabe, sugerir
um valor prezado.
Reprodução | Exame.com |
Os primeiros fundadores do que viria a ser a empresa Quaker
Oats Company, por exemplo, quiseram, através do personagem <<Lerry>>
(Lembram do velhinho da Aveia Quaker?), enfatizar a pureza do produto e talvez,
pela presença de um quaker, estimular a confiança naquele que viria a
ser um dos mais disparados artigos em uso nos lares brasileiros, de onde
entendemos que essa é a imagem que a empresa escolheu propagar. E não é
difícil, na atualidade, percebê-lo ao fazermos uma análise numa de suas caixas
de aveia, que hoje, exaltam tanto a marca quanto a matéria-prima.
Não sei, ao certo, desde quando, no que refere-se à
política, começou a prática de se querer <<dar a sua própria cara>>
através de bandeiras, nomes, estátuas ou construções a um país, Estado ou
cidade. Entretanto, há casos, como o do extinto Império Romano, onde sua
insígnia de águia com as asas abertas, identificava as legiões romanas e significava
poder, dominação, força, etc.2, Em caso semelhante, tivemos as
cruzes nas roupas dos cruzados e mesmo nas caravelas, nas quais vieram os
navegantes portugueses ao Brasil. E ainda temos outro, - o conhecido símbolo
comunista da antiga URSS – a foice e o martelo atravessados, que serviam de
marca de sua autoridade administrativa.
Reprodução | Gazeta do Povo |
Sem embargo, até que ponto isso pode ser um benefício ou um
malefício?
A geração atual pode ainda não ter se dado conta daquilo que
observei durante um tempo – a prática de pôr símbolos e características
próprios de um mandato/credo no patrimônio público (prédios, bancos e quiçá
meios de transporte). Eu mesmo pude contemplar nalguns bancos de uma antiga
praça, o slogan e os matizes peculiares a certa chapa política. -
Sou totalmente contrário a que as cores dos mesmos fiquem sujeitas a cada grupo
que tome posse, como se fossem sua possessão. Outrossim, há a presença
desaconselhada de crucifixos (bem fixos, às vezes, viu?) em prédios públicos,
não tendo o Brasil, fé oficial, sendo, em contrapartida, laico – a meu ver,
nisso é ferido o princípio da laicidade. Deixo claro, aqui, que não tenho nada
com a fé de muitos amigos, colegas e conhecidos meus, que são cristãos, porém
não é correto haver isso nesses ambientes (que os ponham em seus templos,
pescoços, braços e casas). - Imaginem se o mesmo ocorresse com os símbolos do Candomblé
ou da Umbanda? Com certeza a circunstância despertaria o maior rendez-vour,
penso. Haveriam falas do tipo: <<Não! Não podem permitir
isso!>>; << O Brasil é laico!>>… - Porém só é laico
unilateralmente? Devemos pensar mais nisso! Devemos, até mesmo, pensar sobre de
quem é a cara que aparece; sobre o que ela quer dizer e sobre o que está a
propor-nos!
Enfim. Vimos, neste semanal, espaço que me fora gentilmente
cedido, que as os símbolos, imagens, nomes e cores, são e representam sim,
alguma coisa e também a cara de alguém, de um círculo ou de algo e que isso
reflete ou refletiu muito na parte governamental mundial e na nossa pátria, ora
beneficamente, ora nem tão beneficamente assim. Que através dos exemplos dados,
pudemos nos inteirar de que devemos ser seres sociais mais instruídos e
criteriosos; sabedores. Até porque o mundo no qual vivemos é cheio de
significados e de intenções.
As cores eram cores e
objetos
Objetos,
Até que tudo virou
mensagem.
Até que mesmo a
paisagem,
Os cenários, foram
todos
Tomados por recados
seletos!
ANDRADE, Hefraim.
<<Manipulation>>
18/03/2017
Nota:
1 <<Cogito,ergo sum>> é uma frase de autoria
do filósofo e matemático francês René Descartes (1596 – 1650). Em geral, e
traduzida para o português como “penso, logo existo”; entretanto, é mais
correto traduzi-la como “penso, portanto sou”.
Link pesquisado:
2 https://www.simbolos.net.br/simbolos-romanos/
| Hefraim V. Andrade nasceu em Aracaju em 1991, membro duma família oriunda da cidade de Riachuelo - SE e de origem judaico-sefardí, que mudara-se para Maruim nos anos 70. É ativista em defesa de Israel e dos Direitos Humanos Universais. Ocupa a cadeira de número dois da Academia Maruinense de Letras e Artes - AMLA. Também Faz parte do Cumbuka Coletivo Cultural, - Grupo apartidário que vem promovendo eventos socioculturas e de incentivo à sustentabilidade no Município. Quanto a sua vida na escrita, ela começa na sua infância e passa por sua adolescência e juventude, quando fez parte de eventos de caráter poético e estende-se até os dias atuas indo da sátira ao que se pode entender, por ele mesmo por "formal". |
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