O medicamento que age em combate à infecção por HIV, disponibilizado com o nome de Truvada, deve chegar a 12 capitais brasileiras, inclusive em Aracaju. O Brasil será o primeiro país da América Latina a usá-lo como estratégia de prevenção, como política de saúde pública, assim como ocorre na França e na África do Sul. Cerca de sete mil brasileiros devem ser beneficiados no primeiro ano da implementação.
A pílula resulta de uma combinação do Tenofovir – medicamento inibidor de transcriptase reversa nucleotídeo, utilizado no coquetel anti-HIV e disponível gratuitamente no Brasil – com a Entricitabina, nucleosídeo também inibidor da transcriptase reversa utilizada no tratamento da infecção do HIV, utilizado em adultos e crianças. Transcriptase reversa é uma enzima que, como o seu nome indica, realiza um processo de transcrição ao contrário em relação ao padrão celular, e é encontrada em retrovírus. Um exemplo de retrovírus é o HIV, causador da AIDS.
Patenteada pelo laboratório americano Gilead, o Truvada deverá diminuir significativamente a chance de infecção por HIV. Será disponibilizado a pessoas que não têm o vírus e será, inicialmente, oferecido para os grupos considerados mais expostos ao HIV. São eles profissionais do sexo, homossexuais, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e casais sorodiscordantes, aqueles em que um dos parceiros é soropositivo e o outro, não.
De acordo com Almir Santana, médico e gerente do Programa IST/Aids, da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a pílula não deve ser vista como uma ação preventiva que dispensa outras, como o uso de preservativo, a realização de testes rápidos, a profilaxia pós-exposição ou exames necessários durante o pré-natal. “Os testes rápidos, tradicionalmente, oferecidos pela SES à população sergipana, continuarão sendo realizados gratuitamente, como forma de intensificar a prevenção ao HIV, sífilis e hepatites virais. Além disso, continuaremos disponibilizando preservativos, estratégia usada para evitar tais infecções”, garantiu.
Segundo pesquisas, a eficácia do Truvada está diretamente relacionada à adesão. Contudo, não é um medicamento usado de vez em quando. É preciso manter o uso diário de uma pílula, visto que o medicamento só começa a fazer efeito sete dias após exposição por relação anal e 20 dias após exposição por relação vaginal.
Almir Santana ressalta ainda que o medicamento é destinado, especificamente, para pessoas que não usam preservativos e se expõem ao HIV. Porém, não protege cidadãos contra as demais infecções sexualmente transmissíveis. “As tratativas para a implementação do medicamento no serviço público de saúde, em Sergipe, estão sendo analisadas com a Secretaria Municipal de Saúde, de Aracaju. A partir daí, teremos a definição do local onde será disponibilizada a Truvada, a fim de que o público local a que se destina seja contemplado”, acrescentou o gerente do Programa Estadual IST/Aids, da SES.
Fonte: Ascom SES
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