À Maruim
Não Ode.
Não me odeie
Porque em vez de louvores
Compus uma elegia.
Não coração...
Não! Meu coração não tinha alegria
Para escrever outra forma de poesia!
Pedido.
Pedido que não pude atender
Porque há no hoje aquilo quenão prospera.
-Mais história!
Mas uma história hei de escrever
Para falar do seu lindo passado nesta era!
Tudo começa num mangue
Tudo começa.
Parecia que neste solo valia investir
E atraiu gente de muitos lugares.
Mas começou muito antes, antigamente.
Começou e se alastrou com muita pressa.
No século XIX, a notícia de Maroim
Fez portugueses, judeus, alemães, espanhóis, italianos, Ingleses e outros mais, cortarem oceanos e mares!
Loucura?
Loucura é a coisa estupenda
Que fizeram aqui!
Loucuras... Começo a sonhar!
Com o porto velho;
Com o porto que havia ali.
Aí, quando acordo,
Percebo que nem as velhas pedras estão mais por lá!
Eu sempre encontro pedaços de Maruim:
Eu sempre encontro pedaços da estação de trem,
Dos postes de telégrafo, do velho Gabinete de Leitura
Aquele velho Guerreiro!
Muita coisa já não se acha!
Muitas coisas nós tínhamos e hoje estamos sem:
Sem segurança e sem paz ao travesseiro!
Queria acordar e ver Maruim
Queria...
Vê-la como a uma Ode que não pude escrever,
Brilhante como um carrossel colorido numa praça
Em vez desta minha elegia,
Em vez do meu pranto nesta poesia...
Uma sim Ode! Sem ódio!
Como coisa que te laça!
Contudo, mesmo assim como estás,
Parabéns Maruim pelos teus 163 anos!
Parabéns! - Dou-te nesta elegia!
Porque elegia é uma canção triste,
Uma canção fúnebre dos humanos.
-Não Ode! Não odeie a minha falta alegria!
Por ANDRADE, Hefraim V.’.
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